Os Gerentes e Administradores de empresas e o SNC
O SNC vai exigir uma mudança total na forma de pensar dos contabilistas, mas sobretudo dos empresários, que terão que assumir o seu papel efectivo de gestores, ou seja, tomar decisões.
Com o SNC dá-se a separação completa da contabilidade e da fiscalidade e as empresas passam a ser obrigadas a respeitar os normativos contabilísticos e se não o fizerem pagarão coimas que irão de 500 a 15.000 Euros.
Então assuntos tão banais na vida de uma empresa como a compra de um bem imobilizado, qual a vida útil esperada desse bem para a actividade da empresa, para se poder fazer a depreciação ou amortização, que até aqui tinham sido na maioria dos casos (e erradamente) deixada a cargo do contabilista, o qual, por indecisão dos gestores, seguia o critério fiscal, agora com a mudança para o SNC, decisões terão que ser tomadas, e essas decisões cabem exclusivamente aos gerentes das empresas, ao contabilista deve apenas executar contabilisticamente as decisões tomadas pela gerência. Ninguém melhor do que o gestor saberá quando aprova a compra de um bem imobilizado, quanto tempo de vida útil é que espera que esse bem tenha para a actividade da empresa. E se o gestor da empresa não sabe... quem saberá? O contabilista é que certamente não terá obrigação de saber.
E as decisões sobre os critérios de mensuração a usar no SNC devem ser tomadas antes do final do ano, uma vez que algumas vezes é mais favorável fazer correcções à contabilidade ainda em 2009, com o POC em vigor, do que à posteriori já no SNC, por isso, há que avaliar os vários cenários de gestão e fiscais, antes do fecho final das contas de 2009. "O pássaro madrugador pega a minhoca" e assim será com os Gerentes e Administradores de empresas que se preocuparem com o SNC antes do dia 01/01/2010.
Aconselho vivamente a todos os empresários que leiam este artigo da Dr.ª Paula Franco, Consultora da CTOC, publicado no Jornal de Noticias a 12/10/2009, e comecem a estudar também o SNC.